Opinião

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Guardiões da Galáxia - Xbox One

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foto do autor Gabriel Oliveira da Silva

Gabriel Oliveira da Silva deu nota 8 para o produto. Em sua opinião, vale a compra

Guardiões da Galáxia - Xbox One

Depois do lançamento mal recebido do jogo dos Vingadores, fiquei com receio de experimentar este título, mas posso dizer que quem assistiu o filme e pensa em ter uma experiência parecida: um misto de anos 80 com ficção científica e comédia; vai se satisfazer.

História e Diálogo

Sem entrar em muitos detalhes para não dar spoilers, a história é divertida e foi bom vê-la se desenrolar. Apesar de não ser muito profunda, algumas mudanças repentinas de curso expandem o universo e me fizeram pensar que não haveria um desfecho muito satisfatório; felizmente estava enganado, o final é bem amarradinho e não há pontas soltas.

Se você pensa em protagonismo, o foco claramente é em Peter Quill (Senhor das Estrelas) que recebe até alguns flashbacks jogáveis. Além disso um personagem que se destacou bem foi Drax, que fica bem envolvido na história a partir da metade do jogo. Eu gostei bastante, até porque é fácil passar despercebido e tomar o brutamontes como alguém raso. Drax ganha vários momentos de destaque, seja nas piadas que aparecem (constantemente) no diálogo, em arcos da história, e em cutscenes interagindo com você ou outro personagem (especialmente a respeito de Lady Hellbender).

Desconsiderando Drax e Quill, os outros integrantes do grupo não são tão cruciais à história e ela não se aprofunda tanto neles. Gamora deve ser a terceira com mais enfoque já que ao longo do jogo aprendemos um pouco sobre seu passado, mas Groot e Rocky não tem tanto a dizer (tirando uma discussão que em nenhum momento se passa como irremediável ou de sérias consequências).

Para combater isso, em alguns pontos do jogo você encontra colecionáveis que podem ser discutidos com o grupo na nave, isso dá um insight maior sobre o passado e motivação de cada personagem. Essas conversas são sempre feitas na Milano e são opcionais, se quiser pulá-las dá pra seguir direto pra cabine do capitão ao invés de explorar a nave, conversar com seus colegas, reclamar que estão usando sua escova de dente e fechar a porta da geladeira... de novo...

Combate

Você está sempre no controle de Peter Quill, e age como um líder durante o jogo todo. Fazendo escolhas de diálogo entre as cutscenes e em momentos de exploração. As opções de diálogo vem em pares, o que não traz tanta variação, mas os tons são sempre distintos. As falas são convincentes e as conversas são divertidas de escutar e participar (ou se omitir). Irão ter discussões, piadas, reclamações e vários momentos que te fazem sentir o líder do grupo.

O combate é meio hack and slash, e seu papel como jogador vai além de só causar dano e manter-se vivo. Se não quer que as lutas durem uma eternidade é necessário usar sua voz de comandante e dar ordens aos seus colegas, focando em inimigos, montando combos estratégicos e usandos as habilidades e especialidades distintas do grupo.

Com o tempo o propósito de algumas habilidades parece se misturar, mas elas costumam agir diferentemente. No começo o sistema pode parecer opressivo, mas a progressão dele é de total escolha sua e assim que acostumar verá o quão divertido é. As habilidades do Senhor das Estrelas também auxiliam nisso, focando em te dar movimento livre e visão do campo de batalha, além de se livrar de inimigos muito próximos e aplicar efeitos de status. Há uma perna do sistema em elementos de dano diferentes e atordoação que aparecem juntos a partir de um certo ponto, não são complicados de entender e aplicar.

O sistema de combate é surpreendetemente complexo, de uma forma muito boa. A variação de inimigos é moderada: tem vários tipos diferentes de oponentes, mas eles dependem da área do jogo e não é muito comum vê-los se mesclando, que eu acho que seria bem vindo. A distinção é bem marcante quando você parte de sessões de tiroteio para exploração de planetas alienígenas.

Uma reclamação: falta uma boss fight de verdade. Existem alguns chefes de meio de fase e tal, mas durante o jogo eu contei um (1) chefão que realmente foi significativo e divertido de lutar. Mesmo os últimos dois chefes não são tão divertidos ou impactantes. Pelo estilo de jogo eu entendo como é mais fácil liberar algumas hordas de inimigos como desafio, mas a luta contra aquele monstro gigante (se você jogou sabe quem é) deu um bom template de coordenação entre os Guardiões para enfrentar uma ameaça maior. Uma pena que o pensamento não foi expandido.

Bugs

A dublagem é boa e há algumas vozes do filme. Se preferir pode jogar legendado também.

A respeito de bugs, poucos me foram perceptíveis, mas um personagem que me causou desconforto foi Gamora. Durante 70% das cutscenes com ela sua boca ficava fechada mesmo com o personagem falando. Há também uma seção que ela age independente e imaginei que fazia parte do script, mas após algumas horas o game me disse que foi escolha minha (???) e isso teve mudanças fortes no diálogo e no fim do jogo. Eu provavelmente teria feito aquela escolha caso o jogo tivesse me dado opção, mas ela não se apresentou. Em um título que promete a fantasia de ser um comandante sobreescrever o jogador parece um bug sério.


No geral, o jogo não se leva tão a sério, o que é ótimo. Mesmo assim entrega uma boa experiência, sistema de combate complexo mas de aplicação fácil e te realmente faz sentir parte dos Guardiões da Galáxia.


GOSTARIA:Uma história um pouco mais aprofundada e ancorada nos guardiões, chefões de fase de respeito


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Sobre o Autor

Apenas tentando ser uma parte integrante da sociedade... Quem sabe um dia eu consigo.

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